quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O segundo filho


A vantagem do segundo filho é que a gente relaxa muito porque já viu que, de uma forma ou de outra, eles sobrevivem. A verdade é que filhos são muito mais resistentes do que se imagina. Com o primeiro, a gente acha que a primeira queda do berço é morte certa. Quando o segundo cai do berço, a gente dá um band-aid e manda parar logo de chorar. 


O segundo filho não tem álbum do bebê (ou, se tem, é incompleto);
O segundo filho tem menos fotos;
O segundo filho não tem gravação da primeira troca de fraldas, da primeira banana, do primeiro dente, do primeiro tombo, da primeira vacina... até porque, mesmo que seja pra ele; para os pais, aquilo não é mais "o primeiro";
O segundo filho aproveita os livros e, muitas vezes, as festas, do irmão;
O segundo filho ganha um monte de roupas de segunda mão, independentemente do sexo;
O segundo filho raramente tem uniforme de escola novo;
O segundo filho tem uma porção de brinquedos "reciclados", como aquele ursinho pulguento de um olho só que o primeiro filho mui generosamente cedeu;
As mamadeiras do segundo filho são esterilizadas por muito menos tempo (quando o são);
Ninguém sai correndo para ferver a chupeta do segundo filho quando ela cai no chão;
O segundo filho não é levado às pressas para o pronto-socorro quando come uma minhoca;
O segundo filho já nasce sabendo que não é o centro das atenções;
A pediatra do segundo filho não é acordada de madrugada quando ele vomita;
Nem quando ele tem febre;
Nem quando ele cai do berço.

Em compensação, o segundo filho:
É sempre o bebê da casa;
É mimado por todo mundo;
É sempre defendido por ser "o pequeno";
É criado com mais liberdade;
Ganha a chave de casa muito mais cedo;
Vai na esteira das conquistas do irmão;
Sofre muito menos pressão para comer rúcula;
E brócolis;

E mamão;

E peixe;

Divide as atenções;
Sempre pode pôr a culpa no primeiro filho;
Ganha presente de Dia das Crianças por mais tempo porque ninguém quer aceitar o fato de que ele cresceu;
Roi a unha e tira meleca do nariz em paz...

Não sei se o fato de ser a primeira tem alguma relação com isso, mas pesando os prós e os contras, acho que deve ser muito bom ser o segundo filho.

19 comentários:

MH disse...

é, como primeira filha eu sempre achei que vir em segundo (ou terceiro) lugar seria bem mais fácil...

Primeiro filho dá mais cabeçada, tem que abrir porteiras e expandir fronteiras, e nem adianta querer consolar dizendo que quase sempre ganha só roupas novas, porque isso é o de menos! rs

O bom é que depois de crescer isso passa, foi legal ser a primeira. Mas meus irmãos tiveram uma vida muuuuuito mais fácil!
beijo

Anônimo disse...

Adorei o texto !

Cláudia disse...

Por isso que eu sou de uma comunidade no orkut: Os caçulas são sempre mais legais!!
Eu sou a segunda, e a caçula, mas como minha irmã era uma ostra, no fim foi ela quem se aproveitou das minhas conquistas.
Não deve mesmo ser fácil ser a que puxa a fila.
beijo

Rubi disse...

Eu acho que o primeiro tem mais sorte, mas no meu caso fui a primeira e tive menos fotos, menos atencao etc. Nao e queixa, e um facto...lol...

Diane Lorde disse...

Eu que serei mãe de um primeiro filho tô pensando em criá-lo igual ao 2º!rs
Valeu pelas dicas!
Mas, na minha opinião filho único é tudo de bom.com.br!rsrs

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Melhor mesmo é ser do MEIO...
Oh coisa boa...

bjus

Mary

Codinome Beija-Flor disse...

Uh! eu já nem sei, como sou a quarta filha não sei como é ser a primeira nem a segunda,
Buáááááááá acho que traumatizei rsrsrs.
Fantástico
Bj

TaylorMade by PR disse...

Hahhahaha.
E eu que sou a terceira então?
Cai do berço ninguem nem liga, rsrsrsrsrs. Foto então, tenho 2 ou 3.

Yara disse...

e o terceiro filho: apanha do primeiro e do segundo.

E herda o urso completamente cedo, porque o segundo filho arrancou o olho sobrevivente :O)

experiência própria :O)

Ana Téjo disse...

MH,
Também fui a primeira. Não foi fácil, mas não me arrependo de um só minuto.

Cassio,
Obrigada.

Ana Téjo disse...

Clau,
Os caçulas são mais legais às vezes. Minha irmã mais nova me apoquentou um bocado adolescência à fora.

Rubi,
Tudo depende muito do momento dos pais também, né? A vida muda, a gente muda, não dá pra dizer que educamos os filhos igualzinho. Isso é mito.

Ana Téjo disse...

Diane,
Que belíssima aventura você tem pela frente. Muito boa sorte. De coração.

Eden,
Meu Deus... obrigada. E amém.

Ana Téjo disse...

Mary,
O filho-sanduíche, com um pão de cada lado pra amortecer as dificuldades, né? Boa, menina!

Beija-flor,
Sua infância deve ter sido uma farra.
Vou tirar o seu trauma em um minuto: minha bisavó nordestina teve VINTE E QUATRO filhos. Minha avó foi a vigésima terceira. Passou?

Ana Téjo disse...

R,
Claro que liga! Claro que liga!
Olha você aí, toda bacana, grandona, dona de blog, independente... tá vendo como liga?

Yara,
Mas é sempre "o menorzinho", "o pequenininho", "o fofuchinho da mamãe e do papai". E é feliz, né? Mesmo com urso sem olho. Graças a Deus...

Unknown disse...

Desculpe, nunca venho aqui e já vou dar um depoimento negativo. Chorei ao ler esse post! De tristeza! Tenho um filho e penso em ter ou não ter o segundo. Que injustiça...Que tristeza. Se ter um "segundo" filho é assim, prefiro não ter! Aliás. basta ser bem informada para não ser como a mãe do "primeiro" filho. Nunca saí correndo atrás de médico por bobagem. Meu mais novo filho não seria "segundo". Parece que o pobrezinho estaria sempre em segundo plano. Também não acho bonito que depois o "segundo" venha ater vantagens sobre o "primeiro". Também acho injusto. Filhos são filhos e hão de ser todos iguais independentemente da ordem de chegada!

Livia Luzete disse...

Amei esse post!!!
Sim, quando temos o segundo filho, percebemos que não precisa de tanta paranóia. E de qualquer forma serão criados com a mesma dose de amor.
Não é pq acordamos a pediatras as 3 da manhã, que quer dizer que damos mais importância a saúde do nosso bebê...
E quando não fazemos no segundo, terceiro...quer dizer que aprendemos que não precisa de tanto por uma simples febre...a primeira febre.
Abraço.

eden disse...

amiga, peço sua licença para te chamar assim, amo seus textos. agradeço o privilégio de poder ver pessoas que valorizam a família. entretanto peço sua gentil compreensão em eliminar o comentário que fiz sobre um texto maravilhoso: "irmão do meio"... lindo e emocionante... (27 de fevereiro de 2009 07:10 eden vinagre disse...). infelizmente pessoas com mentalidade animalesca tem feito mau uso de meu nome. por isso estou pedindo aos amigos que eliminem (por favor) qualquer referência ao meu nome em seus blogs. por favor, peço sua ajuda e conto com sua gentil compreensão. que Deus a abençoe.

Ana Téjo disse...

Ok, Eden. Vou eliminar agora mesmo.
Obrigada e beijos.