quinta-feira, 23 de abril de 2009

Skate adventures - parte 1

Não é fácil para uma mãe acompanhar o ritmo dos filhos. Meu filho agora faz skate. São sete anos de pura energia e adrenalina em cima de uma prancha com rodinhas. Para lapidar o estilo, resolvi colocá-lo nas aulas do clube. Como já investi muito no moleque e preciso conservá-lo, comprei antes equipamento completo de proteção. Capacete, ele vai usar provisoriamente o de ciclista, até minha conta bancária se recuperar porque antes de acertar no skate, tive duas aquisições solenemente recusadas pelo professor.

 

_ Mãmi, esse skate não dá!

(Mãmi?)

_ Você que é o professor de skate do meu filho?

_ Eu mesmo, mãmi. Meu nome é Johnny.

(Acho que eu já vi esse filme.)

_ Legal, Johnny. Olha só: eu não sou sua mãe, tá? Não sei como a notícia vai cair pra você, mas é melhor que você saiba de uma vez, antes que comece a se apegar a mim.

_ Ah, falou. Olha, é que esse skate do Montanha não tem a menor condição.

_ E por que não? É tão bonito, verde, tem uns monstros aqui na parte de baixo, ó...

_ Ah, mã... tia, porque esse não roda direito. Vai prejudicar a performance do moleque.

_ Sei...

_ Aí, todos os amigos dele vão progredir e ele vai ficar estacionado...

_ Entendi. E qual é o skate “certo”?

_ Tem que ser um bom, tia.

_ Bom “quanto”, Johnny? Porque lembre-se de que o Montanha aqui tem só SETE anos e que é mais fácil um boi voar do que eu comprar um skate de um milhão de dólares pra ele.

_ Acho que com umas duzentas pratas você já compra um que ele consiga andar.

_ Duzentas pratas??? Pelamordedeus!

_ Isso, pra começar, né? Depois, a gente vai melhorando.

_ Sei. Johnny... faz o seguinte: anota aqui, por favor, o que eu preciso, que eu vou tentar arrumar isso para antes da próxima aula.

_ Falou, tia. Aê, Montanha, a mãmi é pro, hein?

 

...

 

_ Filho, o que é esse “pro” que o seu professor de chamou?

_ Sei lá, mamãe, deve ser professora.

_ Mas eu não sou sua professora. Sou sua mãe.

_ Eu sei. Quer que eu vá lá e pergunte?

_ Melhor não, meu filho. Vamos embora.


Peguei os endereços de lugares para comprar o skate “certo” e saí, munida do maior espírito aventureiro, a bordo do meu mais puro estilo skatista.

Continua...

Um comentário:

Cláudia disse...

Pro de progressista? Não, palavra muito dificil pro vocabulário dele.

Pro de prostituta? Sim porque pra bancar tudo isso, tem de ter um turno extra, não?

Pro de proativa, porque vai pro(de novo)videnciar tudo?

Pro de profissional?

nem vou dormir esta noite com todo esse mistério.
beijo