Todo mundo conhece alguém assim.
Geralmente, é uma tia que não necessariamente é irmã dos seus pais. Às vezes, é uma amiga da sua mãe que, por razões que a própria razão desconhece, insiste em frequentar a família há décadas. A sua. Não a dela própria.
A tia Genérica é uma pessoa avançada na idade, nos dissabores da vida e no grau de miopia, que parece compensar esses avanços todos com comentários inclassificáveis.
_ Ana!
_ Oi, tia Genérica.
_ Nossa! Há quanto tempo! Você engordou?
_ Não, tia. Continuo com o mesmo peso.
_ Mas você tá mais fortinha. Com quantos anos você está?
_ Trinta e nove, tia.
_ Só??? Tem certeza? Eu pensei que você já tivesse passado dos quarenta há algum tempo.
_ Não, tia. Eu só faço quarenta em agosto. Falta muuuuuuuito tempo.
_ Mas, espera aí... quando você brincava com o Heitorzinho, meu filho, vocês eram quase da mesma idade, não?
_ Não, tia. Eu sempre fui oito anos mais nova que o Heitorzinho. Sempre.
...
_ Mas você esta bem, Ana. Tá até conservada.
_ Er... obrigada?
_ Você usa creme para os olhos, minha filha?
_ Uso, tia. De manhã e à noite, religiosamente, desde meus vinte e cinco anos.
_ Pois não parece...
6 comentários:
ah, que pessoa agradável...
Ai, que réiva, Ana...
É recalque por ser genérica...
bjs
Epa, Ana, eu não quero uma tia dessas, mas olhe que tenho uma prima bem parecida :(
Oi, Ana...
não sei se ainda se lembra de mim, eu era sua leitora assídua no Bolsa...
Amei o artigo!
Todo mundo conhece um tia assim... sempre tem uma perto de você. "Fortinha" é o jeito irritante de dizer outra coisa que não se quer falar pra não "parecer indelicada"... o jeito é ignorar, entra por um ouvido e sai pelo outro. E fazer "cara de alface", aí a pessoa se toca...
E quando a vó do meu marido vem me elogiar: "Nossa, como você tá bonita, rosada, gorda que só vendo!" Dá vontade de sair de lá chorando...
Ana, que maravilha encontrar voce! Agora que te achei quero ler tudo q escreve; guardei coisas suas da época do Bolsa! Indentifico-me muito com sua leitura de vida! bjos
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