segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Nunca é tarde para assistir outra coisa

Nesse fim de semana vi com minha filha um DVD que optei por não assistir no cinema.

O filme mostra uma Michelle Pfeiffer espetacular (pleonasmo, dirão vocês) que, aos cinqüenta anos, aparenta trinta e pesa quarenta quilos. Na história, ela é a mãe executiva de uma menina de doze ou treze anos, com todos os desafios que isso possa trazer. Desnecessário dizer que nos identificamos incrivelmente com as histórias e com os diálogos entabulados pelas duas.

O conflito central está no fato da protagonista arrumar um namorado de 29 anos (onze a menos que ela).

Apesar de ser uma comédia despretensiosa, é curioso observar como a sociedade ainda encara relações de mulheres mais velhas com homens mais novos – na história, uma criatura que interpreta a Mãe-Natureza passa o filme inteiro dizendo a personagem de Michelle, coisas como: “Não adianta, querida. Você está caindo. Ca-in-do. Mesmo que mantenha o peso de quando era cheerleader no colegial, seus órgãos internos estão apodrecendo. E, até onde eu sei, ainda não inventaram lifting de útero, nem Botox para o pulmão. A derrocada é inevitável e esse me-ni-no com quem você está saindo vai querer ter filhos um dia. Conforme-se.”

Engraçado também observar a condescendência social com homens mais velhos que arrumam mulheres (mulheres?) trinta ou até quarenta anos mais novas que eles. Aí, pode, né? Comedor ele, não? Pode, embora eu fique imaginando sobre o que diabos eles conversam. “Ora”, dirão vocês, “que ingenuidade sua pensar que eles conversam, Ana!” E eu lhes responderei: “ok, leitores, homens de sessenta ou setenta anos são perfeitamente capazes de encarar maratonas de sexo selvagem durante dias e dias ininterruptos, sem trocar uma palavra que seja com a sua companheira. Ahnrããm.”

Mas o pior não é isso. O pior é o nome do filme em português: Nunca é Tarde para Amar. Quantos anos mesmo eu disse que tinha a personagem principal? Quarenta. Qua-ren-ta, com corpo de vinte. Quarenta, com uma pele que nem minha filha de 12 tem. Quarenta com cabelos de fazer inveja a Gisele Bundchen. Agora, só cá entre nós: e se ela tivesse quarenta com corpo de quarenta, pele de quarenta e cabelos de quarenta? Nesse caso, seria “tarde” para amar? Rélôu?! TARDE PARA AMAR? Ah, se eu descubro o porco chauvinista que criou essa pérola de título... e os demais porcos na cadeia de aprovações que foram dando sucessivos óquêis até isso chegar a nós. Francamente... humpf!

15 comentários:

Unknown disse...

Alugamos o filme no final do ano passado. Apesar de adorar aquele ator simpático desde o tempo de Patricinhas... achei o filme horrível! Parado! Ruim demais! Mas que a Michelle é linda até hoje, é!

Anônimo disse...

Ana querida,
Feliz ano novo para vcs também!
eu sempre estou por aqui, só não comento. Estou vivendo numa economia de energia danada para correr atrás de menininha de um ano. Ana, se eu não tivesse esquecido como essa parte é enlouquecedora, jamais teria tido outro filho. Minha meta para 2008 é sobreviver, se eu chegar viva e sem sequelas no final do ano, para mim já de ótimo tamanho. Claro que todos os plus são bem-vindos, mas no perrengue que tô passando manter a vida e saúde é a meta maior. Tenho a sensação que vou enlouquecer, morrer...rs,rs,rs
isso é que dá ser mãe quase aos 40. Tarde demais para ser filhos, rs,rs.
Sei que vai passar!
bjs
Bjs
VAl

Anônimo disse...

nem me despedi. não tô dizendo...
beijos
Val

MH disse...

eu caí na cilada de ver esse filme. Só vale pelo relacionamento dela com a filha, com diálogos brilhantes. O tal namorado é um pateta bonitinho (decepção, pq gosto mto do ator), as crises profissionais são irritantes, o filme é dispensável...

e se achar quem inventou que existe algo como "tarde para amar", me chama que te ajudo a empurrar o cara da ponte!

Renatinha disse...

Vi este filme.... e quem dera que eu chegue assim aos 40.... que linda.... e que cara fofo, simpático.... mas este nome, é mesmo um absurdo.... e o filme.... deixa a desejar, né?
bjs Re

Cláudia disse...

Para Holywood, a vida feminina termina aos 40, a menos que você queira fazer papel de neurótica, de primeira esposa que persegue a linda e fofa segunda mulher, de mãe de 4 filhos ou de solteirona que faz loucuras pra se casar. Ou seja, qualquer coisa desde que não seja ser linda, adorável, produtiva, interessante, simpática, charmosa e boa de cama.
beijo

Luci disse...

não vi. gosto dela e te pergunto como é que ela consegue ficar assim, linda de fazer inveja?!
segundo um fotógrafo do curso que fiz um curso dias atrás, a resposta é: PRODUÇÃO. Segundo ele, se encontrarmos a Gisele na rua vamos olhar por causa da altura, mas ele duvida que alguem reconheça.
***
vc. lembra que eu sonhei com o Max Gehringer? daquele post eu lembro bem do seu comentário...rs! e não é que eu vi o hôme ontem? e olha que até que agradou, viu?!
bjs!

Jade disse...

Eu adoro comédias românticas e amei esse filme, achei muito fofo, mesmo sentindo ódio da Michele Pfeiffer que tem 10 anos mais que eu e parece ter 10 menos!! hehehehehe!!
Mas acho que toda a condescendência com relação as relações de homens com mulhere mais novas é porque no fundo, no fundo a maioria dos homens passam a vida toda com vinte e poucos anos de idade mental!! hehehehe!!
Beijos!!

Rodolfo Barreto disse...

De um modo geral, as comédias românticas estão no mesmo nível da novela das 8 e acredito que foram feitas para o mesmo tipo de público feminino que não está com a mínima vontade de raciocinar.

Ok, vocês, mulheres ainda não estão concordando comigo. Então leia a lista a seguir de quem conseguiu sair da mediocridade e conquistar seu lugar no meu Dvd:

- Melhor Impossível

Desculpe, Meg Ryan.

Ana Téjo disse...

Virgínia,
Ela é um espanto.

Val,
A natureza é sábia e nos presenteia com memória seletiva para que, assim que essa fase passa, a gente esqueça de tudo o que é ruim e só se lembre das partes boas. Não fosse por isso, querida, a humanidade já estaria extinta.
E, fique tranqüila, você sobreviverá.

Ana Téjo disse...

MH,
Os diálogos dela com a filha, de fato, são bons. Nos identificamos muito com eles.
Quando à ajuda, está mais que aceita.

Re,
Considere que ela faz cinqüenta em abril. Humpf!

Ana Téjo disse...

Clau,
E Meryl Streep? E Helen Mirren (que é inglesa)? E Susan Sarandon? E a própria Michelle?
Mas o filme é ruim mesmo.

Luci,
Não sei, mas garanto que não é só produção porque quando a "base" não é boa, não há produção que dê jeito. Mas se descobrir, me conta.
Quanto ao Gehringer, tô perplexa e você deve estar em estado de graça!

Ana Téjo disse...

Jade,
Eu já gostei mais, mas ando meio sem paciência ultimamente. Deve ser a idade...
Quanto aos homens serem eternos adolescentes, não sei não. Também conheço muita mulher que se recusa a envelhecer com dignidade.

Rods,
Nem sempre a gente vai ao cinema para raciocinar. Considere a possibilidade de ir apenas para se divertir. É capaz de você gostar.
Quando ao "Melhor Impossível", é, sem dúvida, um excelente filme, mas a quem você se refere? Ao Jack Nicholson, à Helen Hunt, ao Greg Kinnear?
Aaaabra a cabeça, ampliiie as fronteiras do seu DVD, rooompa com os preconceitos e garanta um lote com vista para o mar no coração da sua namorada com uma sessão de "Kate & Leopold".

Cláudia disse...

Não é só produção não. A Isabeli Fontana, top model linda, é comadre da minha sócia e vive indo na confecção: a nêga chega lá descabelada, sem passar um rímel, com aquela pele que não tem um poro sequer... desgraçada! rs

Rodolfo Barreto disse...

Cada filme deveria ter o tamanho da tela de acordo com o merecimento.
Já vi Kate & Leopold e poderia passar no Youtube.