domingo, 25 de março de 2007

Diferente, mas bom

Tudo começou no sábado, prenunciando os contornos de um domingo diferente. Diferente porque nesse último ano e meio (ou quase), meus domingos foram – parecidos ou diferentes – sempre com você. Esse, não.

_ Filha, quer ficar com a mamãe em vez de ir para a casa do papai com o seu irmão?
(Foi golpe baixo, eu sei. Ela é sensível, doce e profundamente companheira. Nunca nega ajuda ou presença a quem sabe que precisa. A pá de cal foi a promessa de almoçar no domingo em um lugar pra lá de especial.)

_ Hmmm... quero!
(Bem que eu devo isso a ela. Esses domingos, digo. Momentos só nossos, em que ela seja o que raramente consegue ser: o centro das atenções. Momentos em que possamos dormir à vontade, ver o que quisermos na televisão – temos duas, se preciso for, uma para cada uma – conversar, jogar jogos de peças delicadas sem o risco do irmão-Godzilla lançar um chicote magnético ou uma flecha-laser-incendiária e destruir o tabuleiro).

_ Posso dormir na sua cama, mamãe?
_ É claro que pode, filha.
(O racional dela: “aí, amanhã, a gente só tem uma cama para arrumar.”
O emocional dela: “sinto falta de ficar com você.”
O meu racional: “ótimo. Aí, se fizer calor demais, a gente só precisa ligar um ventilador de teto!” O meu emocional: “também sinto.”)

Dormimos. Ela se mexe, fala, suspira, espirra e range os dentes, mas é bom. Disse que estava com um pouco de dor de garganta, mas acho que faz parte do processo de captar atenção. De noite, passei a mão no bracinho. Ali, a pele ainda é de bebê apesar dos quase doze anos de idade. Fiquei me perguntando com quantos anos a pele perde essa textura de anjo.
Acordamos, ela primeiro, tomamos café com calma e sem ouvir os sons familiares do Discovery Kids ao fundo.

_ Ele faz falta, não é, mamãe? (Pensava do irmão)
_ Faz, filha. Mas é bom, não é?
_ É _ disse, rindo meio encabulada.

Jogamos duas partidas de um jogo que eu não praticava desde antes dela nascer. Para ela, foi a primeira vez. Menina sabida, sagaz. Venceu a primeira e praticamente empatou a segunda. Deve ter puxado a mãe! Jogamos em cima da cama, de camisola, com a televisão ligada. Bom, muito bom.

Agora, ela foi dar uma voltinha e eu começo a me arrumar para o almoço prometido. Enquanto me arrumo, penso que ela merece mais momentos assim. Eu também.

Foi isso, basicamente. Um domingo diferente. Diferente, mas bom. Muito bom.

15 comentários:

Rubi disse...

E que venham muitos mais domingos assim Ana. Olha, eu gostava do look inicial, apesar de terem apelidado os pássaros de urubus, eu achava que tinha mais alma. Dá para por mais corzinha neste?...lol..Um beijo

Rubi disse...

Esqueci de dizer que já linkei o seu blogue no meu :) Boa semana

mc disse...

Que gostoso...
Meu domingo tbm foi ótimo, completamente diferente. Acho que o tal tacape que eu levei na cabeça funcionou...

Ana disse...

O meu domingo... bem, depois eu vou postar sobre isso.
Leia depois o post falando de aposta.
Beijos.

MH disse...

delícia de domingo!!
o meu fim de semana foi inteiro diferente... excelente!

ah, manda um beijo pra ME? sou fã dela rsrsrs

beijos

Ana Téjo disse...

Rubina,
Há que se buscar o equilíbrio em tudo, inclusive nos domingos.
Vem aí, muito em breve, um template repleto de alma, além de moderno, charmoso, elegante e chique de doer. Aguarde-nos.
Por enquanto, vamos deixar a alma por conta dos posts, tá?
Ah, e obrigada pelo link!

Ana Téjo disse...

Ana,
Vou lá djá!

MC,
Já dizia o Capitão Caverna: nada como um tacape bem dado na moleira, na hora certa!

Anônimo disse...

Ah!!!!Quem dera se todos os domingos fossem assim, neh???
Tambem adoro momentos familia assim...simples, mas que eleva o EGO e contribui muito para um belo e paciente começo de semana...nao é?

beijos e Boa semana

Mary :)

Codinome Beija-Flor disse...

Como vc também tenho uma boneca com pele de anjo. Tão delicada, tão amiga, tão especial.
Beijinhos para vcs

Ana Téjo disse...

Mary,
Eu sou pelo equilíbrio, sempre.

Esfinge,
É bom, né? Eles são sempre tão macios, tão doces, cheiram tão bem...

Andorinha... disse...

Que delícia, Ana.
Certamente, ambas precisam de momentos assim...
Beijos,

Lala disse...

Ai que redenção!
Há tempos eu torcia pra um domingo assim! E essa coisa carinhosa que ficou depois!

Querida, acho que esse foi seu mais lindo domingo em muito tempo!

Beijos táo felizes!

Cláudia disse...

As duas mereciam, as duas...
beijo

Ana Téjo disse...

Vivi,
Certamente.

Lala,
Foi bom, sim. Para nós duas. Ela precisa de mim (e eu dela) muito mais do que ousamos dar/pedir uma para a outra.

Ana Téjo disse...

Clau,
Né?