As crianças estão a cada dia mais precoces. Acho importante que se informem, que aprendam, que se conscientizem, que tenham contato com as coisas, mas acho que há limites. Ou, pelo menos, que deveria haver.
Conversa entre mãe e filho de cinco anos de idade:
_ Mamãe, você não deveria me trazer de carro para a escola.
_ Ah, não?
_ Não, porque o carro produz gases poluentes que contribuem para o aquecimento global.
_ Ah, filho, me economiza, vai!
_ É verdade, mamãe.
_ Meu filho, os carros de hoje são menos poluentes.
_ Mas a gente devia vir de bicicleta.
_ Filho, entenda uma coisa: se a gente morasse em Pindamonhangaba; se todas as distâncias não ultrapassassem um quilômetro, se não houvesse Marginais e marginais; se a gente tivesse todo o tempo do mundo e se a sua mãe já não tivesse – às oito da manhã – acordado, tomado café, levado a sua irmã à escola, ido ao supermercado, voltado, pego você e estado a caminho da sua escola para, em seguida, ir para o trabalho, nós iríamos de bicicleta. Só que aqui
_ Entendi, mas o aquecimento...
_ PÁRA com esse negócio de aquecimento, tá? Não é o MEU carro que vai aquecer o globo.
_ Tá vendo? Esse é o problema.
_ Que problema, criatura?
_ Todas as mães falam que não é o carro DELAS que vai esquentar a Terra e aí, elas continuam vindo de carro pra escola e a Terra continua esquentando.
_ Ah, filho, me poupa, me pula, me deixa fora dessa, vai? Eu já estou perdendo a paciência e já falei pra você que se a gente vier pra escola de bicicleta, não dá tempo de chegar, ENTENDEU?
_ Entendi.
_ Ótimo. A gente pode mudar de assunto?
_ Pode.
_ E do que você quer falar?
_ De reciclagem
17 comentários:
O pior é que o menininho tem toda a razão:
Você deveria dar o exemplo.
Muito triste esta estória.
Montanha é um principe ecologicamente correto. Só isso! Simples assim!
Não precisa ser bike. Pode ser patins, que tal?
bj!
No passado você disse que era importante as crianças não ficaram alienadas....
Fico feliz de ver que você concorda comigo que temos que poupar nossos filhos de algumas realidades da vida.
:)
Montanha, força ela a comprar um daqueles carrões bacanas movidos a hidrogênio. Aí você ainda paga de bacana na escola ;0)
Filho, sua mãe entende você. E a prova disso é que ela não vai mais esquentar a barriga no fogão. A partir de agora, é só comidinha de terrinha com plantinha feita pela sua irmã. Vai lá, anda. Se não comer tudo, não ganha o boneco do Michael Moore.
é a vingança de alguma professora, que fica duas horas sacolejando no onibus, para infernizar a cabeça das mães que levam os filhos de carro pro colégio.
Anônimo,
O menininho tem toda razão, mas há que se ter bom senso. Como você me sugeriria, por exemplo, que eu carregasse cerca de 80 itens de supermercado em uma bicicleta?
E de que forma você adminsitraria as distâncias em uma cidade como São Paulo, de forma a comparecer a todos os seus compromissos na hora, sem causar qualquer dano ao meio ambiente?
Em tempo: você fuma?
Luci,
Ou skate. De repente, eu compro um riquixá e além de poupar a Terra, ainda gero emprego, né?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Menino bom!rs
Ana, eu ia para escola a pé...Raramente ia de bike...Sempre estudei próximo da escola...e aqui em Vix não tem marginais, transito de 3 horas, essas coisas ai, por isso ia caminhando...Hj não!Hj vou de busão e enfrento 1 hora transito...ngm merece!
beijos
Mary
Cassio,
É essencial que as crianças não fiquem alienadas e acho que os pais tem obrigação de poupar seus filhos de algumas realidades da vida. Realidades como crimes bárbaros, violência gratuita, situações de forte conotação sexual, além de alguns programas televisivos e músicas que podem atrofiar os neurônios deles para sempre.
Não acho que devam ser poupados de noções de reciclagem e dos fatos sobre o aquecimento global desde cedo. Só acho que a escola deve moderar um pouco para não deixar uma criança de 5 anos angustiada com uma coisa sobre a qual ela tem muito pouca ascendência.
No mais, "think globally, act locally" sempre foi um mantra para mim. Separo meu lixo, entrego pilhas e baterias em postos próprios de coleta, compro papel reciclado, presto muita atenção nas embalagens dos produtos que consumo, imprimo pouco, faço blocos de rascunho de praticamente todo papel que uso no escritório e jamais sujo a rua. Mas não deixarei de cumprir meus compromissos e nem acordarei duas horas mais cedo para andar - por São Paulo - de bicicleta. Até porque, segurança, na minha opinião, vem antes de aquecimento global.
Gastón,
Boa! Vou aproveitar aquela grana que está sobrando...
Rods,
Quem esquenta a barriga no fogão atualmente, é a babá. Porque, sim, a perversa mamãe anda de carro mas gera empregos.
Adorei a do boneco do Michael Moore!
Clau,
Ainda se fosse um ônibus com o motor regulado, né...?
Mary,
Eu também ia para a escola a pé e hoje em dia, levo minha filha a pé porque é perto.
Mas eu vou junto. Não tenho coragem de mandá-la sozinha.
Esse Montanha é uma figuraça!!! Que criança mais divertida e esperta!
Juliana,
Eu empresto!
Estou contigo e não abro, Ana!
É fácil ser ecologicamente correto quando não se trabalha a 18km de casa, quando não têm que se deslocar do escritório para duas ou 3 obras(ou clientes, ou fornecedores, ou...) por dia.
Também procuro fazer o melhor que posso, economizando água, separando meu lixo, reaproveitando praticamente 100% do papel que utilizo para blocos de anotação, rascunhos, etc... Mantenho meu carro com o motor regulado para evitar poluição além do normal, não jogo lixo na rua nem em último caso, além de muitas outras atitudes que julgo serem benéficas (ou pelo menos não maléficas) para o meio ambiente, mas, por Deus, como é que eu posso vir trabalhar sem carro se sou obrigada a rodar quase 90km (às vezes até mais) por dia???
Há que se ter bom senso na hora de colocar esses conceitos para uma criança. Afinal eles não têm todo o discernimento que os adultos têm (ou que, pelo menos, deveriam ter).
Beijo
*Anna*
*Anna*,
Bom senso é o segredo de (quase) tudo, quase sempre.
Essa foi difícil hein? hehehehe!!
Que moleque danado!!
Beijos!!
Jade,
Como vovó dizia, ele é do tipo que dá nó em pingo d'água. Afff!
Postar um comentário