segunda-feira, 28 de maio de 2007

Não basta ser pai, tem que ter noção de realidade

Lá iam eles, atrasados como de hábito para a escolinha, mais por conveniência da mãe do que por falhas na programação.

_ Vamos, filho!
_ Tô indo.
_ Vem logo que o elevador já chegou.
_ Já vou! Você acha que eu levo o bimotor branco ou o Power Ranger vermelho?
_ Acho que tanto faz. Vamos?
_ Tô indo! Pronto. Cheguei.

Ele opta pelo walkie-talkie de camuflagem e aparece correndo, sorridente, encasacado como todo filho que tem mãe (e avó, e irmã, e babá) e entra saltitando no elevador. Antes da porta de correr se fechar, ele avança e abre de novo.

_ O que foi agora, filho? A gente já está atrasado!
_ Eu sei, mamãe. Segura a porta só um pouquinho, por favor?
_ Tá, mas vai logo.

Ele sai disparado e abre a porta de casa. Pára no sofá, diante da televisão onde estão quatro ou cinco bichinhos que dividiram a cama de inverno e, com cuidado, dá um beijo em cada um. Então, senta um ao lado do outro e volta correndo para o elevador.

_ Pronto.
_ Você estava se despedindo dos seus bichinhos?
_ Estava.
_ E não vai falar pra eles que você já volta?
_ Não, né, mamãe?! Eles são de brinquedo; não iam escutar!

19 comentários:

MH disse...

claro, mas com certeza sentem todo o carinho e cuidado que recebem...

lógica Montanhesa fantástica. como sempre!

beijo!

Rodolfo Barreto disse...

Veja só, veja só: aí está um futuro exemplar de homem sensível de série. E eu? Eu faço parte da leva que atendeu ao chamado de recall.

Nana disse...

Ai, que fofo!!!

Jade disse...

Esperto né?
Beijos!!

mc disse...

Eu sou FÃ desse montanha!!!

Anônimo disse...

Nossa, o Montanha é tudo...tudinho e mais um pouco!!!

Lala disse...

Que delícia!!!
Essas coisas não fazem o teu dia começar bem, envolto numa nuvem branca de algodão???

Beijo!

Ana Téjo disse...

MH,
Eles sentem e eu sinto.
Coisa que aquecem o coração...

Rods,
Deus te ouça.

Nana,
Né?

Ana Téjo disse...

Jade,
Às vezes, um pouco além da conta.

MC,
Ele agradece a preferência.

Vivi,
Eu já disse que empresto.

Ana Téjo disse...

Lala,
Fazem.
Essas coisas jutificam (quase) todas as outras.

Ana disse...

Ai Ana, só vc mesma pra não lembrar que eles são de brinquedo! Precisa o Montanha te lembrar? dããã
;)
Beijos

Gastón disse...

É isso aí montanha, hay que ser duro, pero sin perder la ternura jamás!

Codinome Beija-Flor disse...

Mãeeeeeeeeee,
vc não sabe que eles só sentem?
Não escutam porque falam com o olhar.
Aiiii que delícia de fase.
Beijos

Ana Téjo disse...

Ana,
Pois é. Dããns mesmo.
Ando muito distraída, sabe?
Nada como alguém com um pouco de perspectiva para me colocar na real.

Gastón,
Não é? É o Montanha da Mamãe!

Ana Téjo disse...

Esfinge,
Né?
Vivendo e aprendendo...

Cláudia disse...

Eu fico só pensando na carinha dele respondendo isso.
Nana, por acaso vc é a minha irmã?
beijo

Anônimo disse...

Menino esperto!
Eu qdo era criança, brincava com minhas bonecas desse jeito...mas eu conversava com elas...depois peguei a fase de "amigo imaginário"...nossa!!!
Saudades...rs

beijos

Nana disse...

Cláudia,
Não, sou outra Nana. Vê lá: http://naoautorizada.blogspot.com/

Ana Téjo disse...

Clau,
Foi essa mesma, que você imaginou.

Mary,
Lá em casa, o amigo imaginário veio antes dos bonecos. Aliás, eu tenho alguns até hoje.